Colunas e Pórticos no Parque Güell

Colunas e Pórticos no Parque Güell

O Parque Güell (em catalão Parc Güell, apesar que seu nome original era Park Güell) é um enorme jardim com tratamento arquitetônico que se encontra em Barcelona (Espanha).O Parque Güell é o resultado da genialidade artística de Gaudí: pertence à fase naturalista no qual ele aperfeiçoou seu estilo pessoal, inspirando-se nas linhas orgânicas da natureza adotando soluções estruturais inovadoras com origem em sua análise na geometria regrada(onde a superfície é obitida pela união de retas). A isso foi acrescido grande liberdade criativa ornamental, suas obras possuem riqueza estrutural com formas e volumes sem a rigidez racionalista ou clássica. No Parque Güell, Gaudí aplicou muitas de suas soluções estruturais inovadoras que são emblemáticos no seu trabalho.

Sala hipóstila

Esta parte do parque foi criada com o objetivo de ser um mercado para o futuro bairro residencial idealizado por Gaudí, mas hoje em dia é usada por apenas alguns músicos devido à sua ótima acústica. Ela é composta por 86 colunas estriadas, da ordem dórica, cada uma com 6 metros de altura e 1,20 metros de diâmetro, feitas de argamassa e escombros simulando mármore. Até 1,80 metros é revestida por trencadís. Nas colunas exteriores ocorre uma pequena inclinação para gerar um melhor equilibrio estrutural. Apesar de ser da ordem dórica a coluna apresenta ábaco octogonal, que se assemelham a estalagmites de cavernas. As colunas sustentam um teto de abobodas semi-esféricas cobertas por trencadís branco.

Viadutos:

Para facilitar o transporte no parque Gaudí idealiza uma série de viadutos com largura suficiente para o transito de carruagens na parte inferior esses eram sustentados por porticos aonde pedestres podiam caminhar sob a cobertura.

Os viadutos são o exemplo de todos aqueles que dialogam estreitamente com a topografia do sítio, adquirindo certas vezes uma simbologia outras vezes comportando-se como simples colunas cilindricas que dialogam perfeitamente com a lógica estrutural. Todos eles são feitos de pedra do lugar, tratada em bruto, mas escolhendo-se perfeitamente sua posição. Onde a hera se encontra como interlocutora, a pedra é pequena; onde o muro precisa ser poderoso, inclina-se formando um claro-escuro de cepa clássica e de massa pétrea mais rugosa; onde se produzem curvas com grande desnível, econtramos colunas que,com helicóide modelada, indicam uma mudança e um movimento importante.

Onde onde o caminho é mais suave, canteiros dialogam com as palmeiras, com uma textura absolutamente mim´wtica, percebendo-se inclusive uma mudança entre o troco e o capitel.Onde o caminho se tranforma numa passagem elevada à maneira de ponte, jardineiras de grande altura protegem e acompanham o trajeto, sempre com uma referência na pavimentação, à maneira de um tapete contínuo.Dentre os Viadutos merece atenção especial o Pórtico das Lavadeiras, que é uma coluna esculpida em forma de lavandeira, que circula a Casa Güell.

“Lá estão também os suportes retorcidos colocados em diagonal, colunas dóricas quase normais mas inclinadas, abóbodas com estalactites, bem distantes das árvores mortas de concreto e também do encosto encantador do longo banco que contorna o espaço aberto no alto, onde as babás sentam e as crianças brincam. Esse encosto contorcido e curvado , como uma cobra ou algum monstro antediluviano, mesmo assim é alegre, em virtude de suas cores deliciosas , brilhantes e vivas, de número variado e em combinações aleatórias. O banco é ornado com faiança e azulejos, da mesma forma como os telhados das casa e pináculos da sua grande igreja, a da Sagrada Família, onde xícaras e pires quebrados, azulejos e cerâmicas quebradas e cacos de toda espécie foram utilizados. Mais uma vez, Gaudí está mais próximo de Picasso do que de outros militantes da Art Noveau.” (PEVSNER, Giulio Carlo, p. 108)

“Há por trás da liberdade incondicional da invenção formal um complexo aparato técnico, o qual, porém, não se vê: como no caso de um dançarino, de cuja difícil técnica deve-se ver apenas o resultado, a liberdade com que se mantém em equilíbrio e se movimenta no espaço, como se não tivesse peso.” (ARGAN, Giulio Carlo, p.222)

“Gaudí une a obra do construtor, que define as estruturas, a do escultor, que modela as massas, e a do pintor, que delimita as superfícies com a cor; além disso, faz convergir para a obra várias especialidades do artesanato:o mosaico, a cerâmica, o ferro batido, etc.”(ARGAN, Giulio Carlo)


Bibliografia

ANTONI, Gaudí. Gaudí:150 fotografias. Barcelona: Editorial Escudo de ORO, 1997.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo, Companhia das letras, 1992.

GUELL, Xavier. Antoni Gaudí/Xavier Guell. Barcelona: Gustavo Gili, 1986.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_G%C3%BCell


Leonardo Graton

Felipe Ferreira

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