O Parque Güell (
Sala hipóstila
Esta parte do parque foi criada com o objetivo de ser um mercado para o futuro bairro residencial idealizado por Gaudí, mas hoje em dia é usada por apenas alguns músicos devido à sua ótima acústica. Ela é composta por 86 colunas estriadas, da ordem dórica, cada uma com 6 metros de altura e 1,20 metros de diâmetro, feitas de argamassa e escombros simulando mármore. Até 1,80 metros é revestida por trencadís. Nas colunas exteriores ocorre uma pequena inclinação para gerar um melhor equilibrio estrutural. Apesar de ser da ordem dórica a coluna apresenta ábaco octogonal, que se assemelham a estalagmites de cavernas. As colunas sustentam um teto de abobodas semi-esféricas cobertas por trencadís branco.
Viadutos:
Para facilitar o transporte no parque Gaudí idealiza uma série de viadutos com largura suficiente para o transito de carruagens na parte inferior esses eram sustentados por porticos aonde pedestres podiam caminhar sob a cobertura.
Os viadutos são o exemplo de todos aqueles que dialogam estreitamente com a topografia do sítio, adquirindo certas vezes uma simbologia outras vezes comportando-se como simples colunas cilindricas que dialogam perfeitamente com a lógica estrutural. Todos eles são feitos de pedra do lugar, tratada em bruto, mas escolhendo-se perfeitamente sua posição. Onde a hera se encontra como interlocutora, a pedra é pequena; onde o muro precisa ser poderoso, inclina-se formando um claro-escuro de cepa clássica e de massa pétrea mais rugosa; onde se produzem curvas com grande desnível, econtramos colunas que,com helicóide modelada, indicam uma mudança e um movimento importante.
Onde onde o caminho é mais suave, canteiros dialogam com as palmeiras, com uma textura absolutamente mim´wtica, percebendo-se inclusive uma mudança entre o troco e o capitel.Onde o caminho se tranforma numa passagem elevada à maneira de ponte, jardineiras de grande altura protegem e acompanham o trajeto, sempre com uma referência na pavimentação, à maneira de um tapete contínuo.Dentre os Viadutos merece atenção especial o Pórtico das Lavadeiras, que é uma coluna esculpida em forma de lavandeira, que circula a Casa Güell.
“Há por trás da liberdade incondicional da invenção formal um complexo aparato técnico, o qual, porém, não se vê: como no caso de um dançarino, de cuja difícil técnica deve-se ver apenas o resultado, a liberdade com que se mantém em equilíbrio e se movimenta no espaço, como se não tivesse peso.” (ARGAN, Giulio Carlo, p.222)
“Gaudí une a obra do construtor, que define as estruturas, a do escultor, que modela as massas, e a do pintor, que delimita as superfícies com a cor; além disso, faz convergir para a obra várias especialidades do artesanato:o mosaico, a cerâmica, o ferro batido, etc.”(ARGAN, Giulio Carlo)
Bibliografia
ANTONI, Gaudí. Gaudí:150 fotografias. Barcelona: Editorial Escudo de ORO, 1997.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo, Companhia das letras, 1992.
GUELL, Xavier. Antoni Gaudí/Xavier Guell. Barcelona: Gustavo Gili, 1986.
Leonardo Graton
Felipe Ferreira